Em plena luz do dia
chega com ela a solidão
faz dela sua companhia,
e a abraça com paixão.
Sua voz rouca, suas mãos tremulas
pedem, imploram atenção.
Mas, todos, passamos pelas ruas
sem lhe perceber a aflição.
Ganha, às vezes, um "trocado"
e com ele compra seu pão
mas sua alma reclama faminta
de sorriso, de palavra, de coração.
Faz da árvore em que se encosta
sua amiga e confidente
e nela despeja a angústia
que corrói seu corpo doente.
Não sei se por ato de Deus,
que age na natureza,
sente-se agora mais forte.
Consegue suportar sua tristeza.
Quem sabe ainda é tempo
de escutar seu lamento
e amparar seu sofrimento?
Quem sabe ainda somos humanos
com nosso próximo nos preocupamos
e mutuamente nos ajudamos?
Quem sabe ainda temos jeito
e conseguimos fazer o que é direito
e nosso mundo torna-se perfeito?
(Inez Alvarez)
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